M. JORGE

Leon Trotsky e Andre Breton, tiveram em 1938, na cidade do México, um encontro histórico que resultou em um documento, cuja versão foi elaborada por Breton e Diego Rivera, com a aquiescência de Trotski. Dentre os propósitos estabelecidos neste documento denominado "Por Uma Arte Revolucionária Independente" ressaltamos:

Uma aliança em prol da vida, do ser humano em sua plenitude de manifestações.

Nenhuma barreira, nenhum tipo de controle, nenhum limite aos sonhos, à cultura ou à arte, que todos nascem no mesmo lugar.

Um libelo pela mais plena e absoluta liberdade de expressão, sem qualquer tipo de amarras.

O mais vigoroso repúdio a toda qualquer forma de autoritarismo ou dirigismo.

Os meios materiais devem ser postos sem limite ou controle de qualquer espécie a serviço do ser humano e da arte.

A arte jamais deve ser reduzida a serviçal do capital.

O capitalismo é liberticida por definição.

O socialismo não pode ser autoritário.

Se destruir uma obra de arte é considerado por todas as pessoas sensíveis um gesto hediondo, como classificar o gesto de impedi-la sequer de existir?

Repúdio à barbárie das guerras e do autoritarismo.

O texto final foi assinado por Leon Trotski e Andre Breton na cidade do México em 25 de julho de 1938.

‘É missão do artista penetrar o mais fundo possível naquele âmago secreto onde se esconde a chave secreta de todas as coisas... Coração a palpitar, somos levados cada vez mais para baixo, em direção à fonte primeira. E o que encontramos nesta jornada deve ser levado muito a sério, desde que, combinado com os meios artísticos apropriados, desabroche em estrutura.

Não é apenas questão de reproduzir o que se vê, mas de tornar visível tudo que se percebe secretamente.

Minha mão é, inteira, o instrumento de uma esfera mais distante. E tampouco é a minha mente que age; é alguma outra coisa”

Paul Klee

"Há obras que permanecem imóveis para todo o sempre, dentro da própria perfeição. São belezas mortas e embalsamadas.
Outras, entretecidas de segredo e misteriosas afinidades, nunca deixam de viver, de se transformar ou ganhar diferentes matizes, conforme o olhar que as contempla e as intenções que se lhe atribuem. Cada pessoa encontra ali o que procura e ainda mais, pois essas obras têm o privilégio de despertar indefinidamente o que há de mais íntimo, livre, mais necessário e mais ameaçado no homem: o sonho."
G. Di San Lazzaro

A ARTE DE M.JORGE